Você sabia que, por mais inútil que possa parecer o objeto, tudo ao nosso redor possui uma função? Isso mesmo, até uma simples pedra poderia ser considerada de certa serventia dependendo do ponto de vista. Vide o exemplo dos nossos ancestrais da idade da pedra, cuja lapidação destes minerais fora de grande valor na sua sobrevivência e desenvolvimento.
É claro que, talvez hoje em dia, suas funções atribuídas estejam bastante diferentes. Para alguns, uma pedra pode ser observada como apenas uma pedra, no entanto muitas pessoas encontram nelas, meios de utilizá-las em diversas situações. Como por exemplo na terapia corporal, na decoração, em vasos de plantas para absorção de água etc.
Bom, não estou aqui para discutir a cerca das mil e umas utilidades dos pedregulhos. Hoje falarei sobre as três funções principais de todo objeto. Essas que, por sua vez caracterizam a relação entre homem e as coisas, que são responsáveis pelo uso e satisfação de suas necessidades. Sem mais delongas, são elas as principais funções de um objeto: prática, estética e simbólica.
Ao projetar um produto, estes três pontos devem ser levados em consideração. O primeiro representa a principal utilidade na qual algo se destina, a mesma pode vir agregada de outras funções ou não, como num canivete suíço por exemplo. Logo em seguida temos a questão estética e simbólica, que apesar de estarem relacionadas, possuem certa diferença em relação à sua definição. A parte estética aborda o conjunto de características visuais e táteis que instigam a percepção do usuário, já a simbólica vai além, ela irá representar algo para a pessoa de acordo com sua bagagem cultural. Lembra da semiótica? Não? É aqui que ela é empregada.
Função prática do objeto
Essa primeira função consiste basicamente na relação fisiológica do produto com o homem. Aqui temos como principal característica a facilidade para a realização de determinada tarefa pelo usuário.
Em outras palavras, uma coisa que ajuda uma pessoa a fazer algo, como por exemplo uma tesoura que corta papel, uma faca que corta pão. Para isso, estão presentes no objeto alguns aspectos fisiológicos que facilitam essa interação.
Vide os buracos na tesoura onde se colocam os dedos, que por sua vez movimentam uma lâmina que cortam o papel ou o cabo da faca que garante firmeza ao usuário ao segurá-la para cortar o pão com mais eficácia ainda devido ao formato dos dentes da mesma.
Tudo isso se aplica à tudo ao nosso redor, cada um com características adaptadas para a usabilidade que tornam a nossa vida muito mais fácil. Vale lembrar que, a função prática está ligada diretamente à ergonomia, que estuda justamente essa relação entre homem e objeto de modo a preservar a sua saúde física.
Função estética
Do que adianta algo ser totalmente “funcional” se não nos agrada bem o olhar? Sim meu caro leitor, essa função está relacionada ao aspecto psicológico da percepção sensorial do usuário.
Estamos falando da aparência das coisas que muitos tomam como definição ser o “design” de algo quando na verdade estariam tentando se referir à questão estética. Por conta disso, não é pecado dizer que o “design” de algo é bonito ou interessante, quando se tem noção do que é design e se quer comentar com alguém a respeito do visual da objeto, sabendo que essa pessoa consegue compreender dessa maneira (O único pecado segundo “o código dos designers” é dizer que algo é arrojado, o “clean” até que passa, mas arrojado nem pensar).
Em resumo, as informações visuais, auditivas e táteis de um produto necessitam estar devidamente otimizadas. Características como cor, forma (que é claro se baseia diretamente à função prática), sons, texturas e materiais são responsáveis por proporcionar uma boa experiência de uso ao usuário. É claro que, uma boa aparência é muitas vezes um fator determinante na compra de algo. Afinal, tudo que é belo, quase sempre é mais interessante e possui uma capacidade maior de atrair a atenção das pessoas.
Função simbólica
Por fim, temos o simbolismo da coisa. Todas as coisas possuem significados e a partir daí adquirem valor para os entendedores certos. Essa função se dá pelos aspectos espirituais, psíquicos e sociais de uso do produto. Calma que já vou explicar.
Para entender do que se trata esta função, é necessário compreender a definição de simbolo, termo estudado na semiótica. O símbolo é um signo, se dá pela representação de algo através de suas características, ou seja, simboliza alguma coisa. Por exemplo, os sinais de trânsito, as bandeiras dos países, a forma de objetos e animais, entre outros. Um símbolo pode ir muito além, despertando gatilhos e provocando diferentes sentimentos e sensações nas pessoas. Isso acontece conforme você vê a imagem de uma coruja e logo se lembra de sua associação à sabedoria, ou quando se depara com um formato de um coração e se sente uma pessoa um pouquinho mais amorosa naquele momento por exemplo.
Enfim, símbolos possuem essa capacidade de influenciar diretamente o psicológico das pessoas. E é por conta disso que no design, é importante realizar um estudo a cerca do universo que envolve o usuário perante cada projeto. Desse modo, é possível identificar suas reais necessidades, sua linguagem e gostos pessoais, inserindo em seguida conjuntos de simbolismos simpáticos à esses usuários. Tudo isso irá no final proporcionar uma melhor interação e identificação da pessoa com o objeto em questão. Deu pra perceber que no design cada detalhe faz sentido e é especial! E você, que funções costuma dar às coisas? Já comprou alguma coisa porque simplesmente viu sua personalidade refletida naquilo? Deixe aqui nos comentários!!