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Affordance, e aí já ouviu falar?

Inegavelmente, o design possui uma vastidão de termos e princípios. Logo, se aplicados corretamente, facilitam nossa vida de tal modo que, até mesmo os mais desapercebidos são capazes de notar. Hoje falarei sobre um dos princípios de design mais importantes, a tal da affordance. Mas afinal, o que significa esse termo? Para que isso serve? Seria mais um método maluco de design? Calma, já vamos chegar lá.

História

O responsável pela criação deste termo, foi o psicólogo J.J. Gibson em 1977. Segundo ele, “as affordances do meio ambiente são o que ele oferece para o animal, aquilo que o ambiente fornece ou de que dispõe, seja para o bem, seja para o mal.” Em outras palavras, vivemos em um mundo de interações, percebemos e interagimos com tudo ao nosso redor. Toda essa percepção se dá de acordo com as características do fenômeno, situação ou objeto observados. Ao passo que mais tarde Donald A. Norman o adaptou. Este princípio é responsável por evidenciar e induzir o usuário a interagir da forma desejada com determinado objeto. Posteriormente, esse conceito começou a ser aplicado em outras áreas. Em uma dessas, os designers em toda a sua sagacidade, começaram a também aplicar este conceito na prática. Logo que, hoje podemos encontrá-la tanto no mundo físico quanto no digital.

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Imagem por Karolina Grabowska, de Pixabay

Definição de affordance

Em suma, ela nada mais é do que a relação entre o homem e o objeto.  Isto é, uma capacidade de compreensão e interação. Dessa forma, a relação se dá por conta de determinada característica que os objetos têm de induzir a o usuário a entender como devem ser usados. Seja por sua forma ou seu material, ao se deparar com algo, você instintivamente já sabe utilizá-lo. Por exemplo, um bule de café e uma xícara, a maçaneta de uma porta, um caderno em branco, uma caneta. Tudo isso sem uma manual de instruções, afinal, se o mesmo fosse necessário, o design teria falhado. Graças à affordance, somos capazes de entender que algo foi feito para girar, apertar, puxar, riscar, pegar, calçar, vestir, ouvir… 

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Imagem por Karine Monteiro, de Pexels

Sim meu querido leitor, design não só bebe como também toma banho nas ciências da psicologia e comunicação. Quanto mais aumentamos nosso repertório cultural, através de experiências vividas, mais fácil e simples se torna nossa interação com o mundo. Isso explica o estranhamento de uma pessoa do interior, ao se deparar com as facilidades da cidade grande, por exemplo. Somos eternas crianças em constante aprendizado, e quanto mais nossa percepção evolui, mais a tecnologia evolui a passos largos. Tente reparar mais nas coisas do cotidiano, e irá se surpreender com a genialidade humana!  

Referências:
Gibson, James J. The Ecological Approach to Visual Perception, 1979 (p.127)
Norman, Donald A. The Design of Everyday Things, 1988 (p.13, p.33)