Ao parar alguns minutos para refletir, não é muito difícil chegar à conclusão de que para que um objeto seja eficiente sua forma deve seguir uma função, ou seja facilitar o cumprimento de um propósito, a execução bem sucedida de uma tarefa. Grandes designers do passado chegaram a essa afirmação, o que, convenhamos é completamente sensato, no que se diz satisfação do usuário de um produto. Você pode conferir alguns destes princípios no seguinte artigo.
Desde os primórdios da humanidade, quando o homem começou a utilizar ferramentas para executar simples tarefas em seu dia a dia, as características físicas de um objeto influenciam diretamente ao uso que ele se destina. Por exemplo, as lanças pontiagudas para caçar feitas de pedra pelos nossos ancestrais ou até mesmo as roupas feitas de peles de animais criadas para amenizar o frio nesse período.
Segundo o dicionário da Universidade de Oxford. O termo design que na qual o conhecemos hoje fora mencionado pela primeira vez em 1588. Desde então os campos de conhecimento design vem aos poucos sendo difundidos na história, principalmente com o surgimento da escola Bauhaus (1919-1933). Tendo o aparecimento do termo design industrial no século 20 nos EUA a fim de suprir as necessidades de consumo da época. A partir daí a preocupação com o estilo do produto se fazia cada vez mais presente.
O Design em seu tempo
Devemos levar em consideração o contexto histórico ao qual as ideias são criadas, seja ele um cenário local ou global. Só assim podemos compreender melhor a maneira na qual o conhecimento é aplicado. A algumas décadas atrás acredito que havia um sentimento muito forte de descobrimento. Tivemos estilos com características marcantes como o movimento streamlining ou a corrida espacial por exemplo. Essa última, mesmo não estando relacionada diretamente ao design, trouxe certa contribuição para a época não só no estilo de produtos quanto também na moda.
Note que enfatizo bem a questão do estilo e características estéticas dos produtos da época. A primeira percepção que temos acerca de um objeto é na maioria das vezes visual. Isso irá contribuir para nossa concepção de ideia que temos do que vem a ser ou significar algo.
Função simbólica e estética
O fato é que a forma de um objeto deve facilitar o seu uso da maneira mais simples possível, ou seja, a forma segue a função. Porém é necessário saber que além de sua função de uso, um produto cumpre de certo modo, uma função simbólica e de estima. Ou seja, sua configuração visual ou suas características devem se apresentar familiares aos olhos do observador, para ele aquilo signifique algo. Em outras palavras, um objeto que está cumprindo uma função de estima para uma pessoa, é tido por ela como algo especial, tal usuário irá atribuir um valor sobre ele que é empregado apenas por outros que compartilham dos mesmos gostos e interesses. Por exemplo, um produto com temática de uma franquia de cinema que agrada uma legião de fãs.
Outro fato que considero interessante é a capacidade que a estética tem de segregar os produtos através das camadas da sociedade, é claro que este não é único aspecto a contribuir para tal fenômeno.
Atualmente muitos produtos são criados com um valor semântico tão grande que acaba por sobrepor a sua função principal, ou até mesmo prejudicá-la. Seria essa uma prevalência das ideias do designer difundidas no objeto em detrimento das reais necessidades do usuário? A questão é que, como dito anteriormente o termo design e muitas vezes entendido e empregado de maneira errônea, ou até mesmo utilizado puramente para cumprir interesses comerciais, o que vai totalmente contra os princípios do design de promover o bem estar das pessoas.